Quem sou eu
A Música sempre fez parte da minha existência e não me lembro de ter havido um dia sem ela.
Estudei Gestão e ao mesmo tempo fiz o curso de Canto da Escola de Música do Conservatório Nacional. Apesar de ter uma vida estável trabalhando na área da Economia, o bichinho da Música fez-me procurar a continuidade dos meus estudos no estrangeiro.
A primeira vez que ouvi falar de Musicoterapia foi na Holanda quando fazia o Curso Superior de Canto no Conservatório de Roterdão.
Na altura dava igualmente aulas e dois dos meus alunos estavam relacionados com esta terapia: um aluno, com perturbação do espectro do autismo, tinha tido Musicoterapia quando era mais novo; e outra aluna estudava para ser musicoterapeuta.
Mestrado em Musicoterapia na Universidade Lusíada
Quando voltei para Portugal, surgiu a oportunidade de fazer o mestrado em Musicoterapia na Universidade Lusíada. Concentrei-me na Musicoterapia Neurológica que aborda a forma como podemos utilizar a música e os seus componentes para tratar o cérebro. O estágio curricular foi realizado num programa de recuperação de acidentes vasculares cerebrais. Após receber o diploma do mestrado comecei a trabalhar com idosos em centros de dia e residências assistidas.
A semente tinha então sido plantada na minha mente e começava a germinar.
Hoje em dia, para além da população idosa, que compõe a maioria dos meus clientes, realizo igualmente sessões de Musicoterapia com crianças com perturbação do espectro do autismo ou outras perturbações de desenvolvimento.
Não há dia que passe sem ver o poder da Música.
Vejo-o no sorriso do que me diz que o dia da Música é o melhor dia da sua semana.
Escuto-o naquele que já não produz discurso coerente e descobre que ainda consegue cantar as canções que fizeram parte da banda sonora da sua vida.
Sinto-o na criança que vive no seu próprio mundo e de repente descobre alegria em tocar em conjunto com o outro.
Assisto-o naquele que deixa de ter medo de andar apenas porque o faz melhor quando escuta Música que
sincroniza com o seu passo.
Confirmo-o no que encontra na música uma forma de relaxar e esquecer a dor.
E em tantas outras situações.
Demorei 40 anos a perceber porque é que a Música era tão importante para mim e o que é que eu queria fazer através dela. Agora sei, MUSICOTERAPIA.